Por um mundo sustentável

Vila Taguaí, Cristina Xavier Arquitetura. Foto: Daniel Ducci

Vila Taguaí, Cristina Xavier Arquitetura. Foto: Daniel Ducci

Sustentabilidade está na moda. Muita gente falando e muita gente praticando (ou achando que está praticando), mas o que realmente é ser “sustentável”? A definição mais divulgada fala na capacidade que o indivíduo ou um grupo de pessoas têm em se manter dentro de um ambiente sem causar impactos a esse ambiente.

Só que não existe atividade humana sem impacto ambiental. Pelo simples fato de que alguns recursos são finitos, e não podem ser repostos na natureza. Além disso, existe um ciclo desde a exploração até destino final de cada recurso, e durante esse processo são consumidos energia, água e muitos outros recursos que também são finitos, e esse custo ambiental tem que ser levado em conta.

Comparação de consumo energético para a realização de um pilar de 3 metros de altura, à mesma solicitação de carregamento. Fonte: Josef Kolb: Bois Systèmes Constructifs. Lausanne, 2011.

Comparação de consumo energético para a realização de um pilar de 3 metros de altura, à mesma solicitação de carregamento. Fonte: Josef Kolb: Bois Systèmes Constructifs. Lausanne, 2011.

Dessa forma, talvez a melhor definição seja “a capacidade que o indivíduo ou um grupo de pessoas têm em se manter dentro de um ambiente causando o menor impacto possível a esse ambiente”, de forma a garantir que esses mesmos recursos possam ser utilizados pelas gerações futuras.

Na construção, temos a chance de utilizar o único material renovável, a madeira. Extraída da forma correta (madeira certificada), consome poucos recursos na sua produção, a maior parte da energia vem de uma fonte virtualmente inesgotável, o sol, e gera pouquíssimos resíduos. Além disso, para o seu crescimento a madeira necessita de carbono para a estrutura, que é retirado da atmosfera na forma de CO2. O conhecimento atual aponta esse gás como o principal causador do aquecimento global. Utilizada em estruturas, a madeira sequestra o carbono num ciclo de longa duração, ajudando assim na redução do aquecimento do planeta.

Comparação de emissões de dióxido de carbono na produção de diferentes materiais de construção. Na fabricação da madeira o CO2 é estocado, enquanto com os outros materiais o gás é emitido para a atmosfera. Fonte: Josef Kolb: Bois Systèmes Constructifs. Lausanne, 2011.

Comparação de emissões de dióxido de carbono na produção de diferentes materiais de construção. Na fabricação da madeira o CO2 é estocado, enquanto com os outros materiais o gás é emitido para a atmosfera. Fonte: Josef Kolb: Bois Systèmes Constructifs. Lausanne, 2011.

Isso não significa que a madeira é a solução para todos os desafios na construção. Ela pode sim substituir com eficiência e economia muitos materiais utilizados em edificações, mas cada material tem sua importância e desempenha papel muitas vezes insubstituível.

Costumamos dizer que não existe material ruim, e sim material mal empregado. Assim, devemos utilizar cada material onde ele é mais eficiente, pois isso normalmente significa o menor impacto ambiental.

Não por acaso, o uso da madeira em construção cresce todos os anos, em todo o mundo. É o despertar de uma consciência para todos os benefícios em se utilizar a madeira e para o problema ambiental, de que os recursos são finitos e que um material que pode ser obtido de forma inesgotável, deve ser empregado com maior frequência.

Pavilhão Francês, Expo Milão 2015, SIMONIN.

Pavilhão Francês, Expo Milão 2015, SIMONIN.

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